Procurador-geral sustenta que réus do “núcleo 2” arquitetaram plano de assassinato contra autoridades

Nesta terça-feira, o procurador-geral da República formalizou pedido de condenação contra os seis réus do chamado “núcleo 2” da trama golpista — grupo acusado de planejar atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo a denúncia, os acusados — que incluem militares da reserva e dirigentes de órgãos de segurança — teriam elaborado uma “minuta do golpe” que previa o monitoramento dessas autoridades e a execução de crimes graves, incluindo assassinatos.

A PGR ainda apontou participação dos réus em tentativas de interferência eleitoral e manipulação das eleições de 2022, especialmente no Nordeste, bem como omissão diante dos atos violentos do 8 de janeiro de 2023 — evidências de que a estrutura conspiratória não se limitava à suposta conspiração armada, mas visava todo um plano de ruptura institucional.

Com o pedido, a acusação reforça que o grupo não agiu isoladamente, mas como parte de uma organização criminosa estruturada, com divisão de papéis e coordenação entre membros da polícia, exército e agentes públicos. A defesa enfrenta agora o desafio de explicar como práticas extremamente graves — assassinato de autoridades, golpe de Estado, organização criminosa — entrariam no escopo de um eventual “questionamento eleitoral”.

O desfecho desse pedido assinala um capítulo decisivo para o futuro da justiça brasileira: a condenação desses réus — se confirmada — representaria um passo fundamental para responsabilizar os arquitetos de ameaças claras à democracia e às instituições republicanas.

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.