Flávio Bolsonaro afirma ser “mais moderado” e divergir do pai em temas sensíveis
Senador declara que tem opiniões próprias e cita recusa de vacinar contra a Covid-19 por parte de Jair Bolsonaro como exemplo de divergência

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou, em entrevista recente, que se considera “mais moderado” e “centrado” do que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro — e admitiu publicamente discordar de algumas de suas ideias, mesmo mantendo os mesmos “princípios de base”.
Segundo Flávio, embora tenha sido influenciado pelos valores familiares, suas posições muitas vezes diferem das adotadas por Jair Bolsonaro. Ele foi categórico ao afirmar: “nenhum ser humano é igual ao outro”, reconhecendo divergências pontuais entre eles.
Como exemplo emblemático dessa dissidência, ele relatou ter recebido duas doses da vacina contra a Covid-19, enquanto seu pai optou por não se vacinar — um gesto que, para Flávio, evidencia diferenças substanciais em visões de mundo.
Além de marcar distância em temas de saúde pública, o senador afirmou que sua candidatura à presidência em 2026 é “irreversível” e “não está à venda”, mesmo diante da resistência de setores do chamado “Centrão”. Segundo ele, o sobrenome Bolsonaro lhe confere uma base de apoio significativa — e os partidos contrários terão que considerar o peso dessa influência nas disputas estaduais e nacionais.
No campo eleitoral, Flávio mencionou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um aliado potencial: disse que pretende subir no palanque de Tarcísio para o governo paulista, enquanto espera apoio para sua própria postulação ao Palácio do Planalto. Ele estimou que essa articulação possa lhe dar “10% de vantagem” sobre o Partido dos Trabalhadores (PT) no estado.
A declaração de Flávio Bolsonaro reacende o debate sobre a renovação — ou continuidade — da tradição política da família Bolsonaro. Ao afirmar sua “moderação”, o senador tenta reposicionar a imagem do clã para 2026. Mas a dúvida que fica para o eleitor e para a sociedade é: até que ponto essas divergências são reais, e até que ponto representam uma estratégia de marketing político?
