Candidatura de Flávio Bolsonaro desmonta articulação e humilha Tarcísio de Freitas, dizem aliados do Centrão
Escolha de Flávio como nome do bolsonarismo para 2026 expõe descontrole interno e confirma que o plano de construir um candidato moderado foi destruído de forma autoritária

A oficialização da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência da República provocou um terremoto nos bastidores da direita — e, para muitos dirigentes do Centrão e alas políticas envolvidas, representa uma humilhação pública a Tarcísio de Freitas. A decisão, tomada sem debate, expôs que o governador de São Paulo perdeu autonomia e que o comando real continua concentrado no clã Bolsonaro.
Desde o anúncio, Tarcísio permanece em silêncio absoluto. Para líderes e aliados, o gesto não apenas “desmonta a articulação” construída ao longo dos últimos meses — como também revela que “as decisões decisivas não passam por ele, mas sim por Jair Bolsonaro e seus filhos”. O recado: quem manda é o sobrenome, não o resultado eleitoral.
Uma articulação desmontada — e o enfraquecimento da direita
Tarcísio vinha sendo projetado como a aposta “moderada, técnica e mais palatável” para enfrentar a polarização e buscar votos além da base radical. Havia conversas com partidos do Centrão, caciques sondavam apoio, e surgia uma expectativa de costura de um bloco conservador menos tóxico. Com a imposição de Flávio, tudo isso foi jogado fora.
Várias lideranças ouvidas sob condição de anonimato dizem que “o castelinho de cartas do Tarcísio simplesmente ruíu” — e que, de uma só tacada, o bolsonarismo revelado ser incapaz de renovar-se ou apostar em algo além da lógica de clã.
A consequência imediata: sem confiança dentro do próprio bloco, sem articulação sólida e com histórico de escândalos, a direita vassalocrata caminha para um 2026 fragmentado — incentivando rivalidades internas e diminuindo chances eleitorais reais.
O recado para 2026 e a urgência da alternativa popular
Para nós, que defendemos justiça social, soberania e uma democracia real — não a reprise de autoritarismos — esse colapso da direita é mais que um “problema deles”: é oportunidade. A debandada simbólica e política de atores tradicionais da direita evidencia que a narrativa de “alternativa conservadora viável” já ruiu.
Se quisermos de fato construir um Brasil de igualdade, direitos e dignidade — longe da vassalagem —, é hora de organizar uma alternativa popular, democrática e transformadora. Um campo que não dependa de sobrenomes, mas de compromisso com o povo.
