Mercados reagem com pânico à escolha de Flávio, revelando receio de desmonte neoliberal e instabilidade econômica. Carlos chama queda de “normal”

A decisão de Jair Bolsonaro de lançar seu filho Flávio como candidato ao Planalto em 2026 provocou um efeito imediato e traumático nos mercados financeiros brasileiros — derrubando a bolsa e disparando o dólar.

O que aconteceu

  • O índice de referência do mercado acionário, Ibovespa, despencou 4,31%, em sua maior queda diária desde 2021.
  • O dólar teve alta de 2,34%, fechando a R$ 5,43 — refletindo fuga de capitais e temor de instabilidade.
  • As taxas de juros futuras (DIs) dispararam, evidenciando que investidores passaram a precificar risco político e fiscal mais elevado na expectativa de um governo Flávio.

A blindagem midiática do clã

Em resposta à turbulência no mercado, Carlos Bolsonaro — vereador no Rio e irmão de Flávio — fez questão de minimizar o impacto. Segundo ele, a queda reflete apenas o temor do capital com eventual “redução de lucros”, não com o público ou com o país.

Para Carlos, “o mercado está preocupado com o dinheiro, não com o público”. Sua fala tenta transformar um colapso financeiro em narrativa: mesmo abalada, a economia seria apenas “racionalizando lucros” — não reagindo a políticas de poder ou risco institucional.

Por que a reação é preocupante — e o que ela revela

A derrocada na bolsa não é só um dado técnico: é um sinal claro de que o “mercado” — ou seja, setores financeiros e econômicos brasileiros e internacionais — enxerga na escolha de Flávio um risco à agenda de austeridade, privatizações e “estabilidade” que garantiu seus lucros nos últimos anos. A instabilidade gera fuga de estrangeiros, eleva o custo da dívida pública e pressiona inflação e juros.

Além disso, a combinação de “pré-candidatura do clã Bolsonaro + receio dos bancos/comerciários” expõe que o tabuleiro eleitoral de 2026 interessa não só à disputa de poder, mas à disputa sobre o futuro econômico do país: entre um projeto de soberania, justiça social e Estado — ou a perpetuação da lógica neoliberal e de especulação financeira.

O dilema brasileiro — escolha de elites ou soberania nacional

Para quem defende justiça social, redistribuição, autonomia econômica e soberania, os sinais dados por essa reação de mercado não podem passar despercebidos. Esse terremoto financeiro revela que partes poderosas da elite preferem o “risco calculado” — uma candidatura de perfil “moderado”, tecnocrático, que garanta rentabilidade e previsibilidade — em vez de permitir um projeto político-popular.

Enquanto o clã tenta dizer que “está tudo sob controle”, o Brasil real já sente o impacto: queda da bolsa, dólar alto, juros elevados, risco de investimento e retração econômica.

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