CPMI do INSS convoca Romeu Zema e Daniel Vorcaro, mas exclui Jorge Messias e Fábio Luís Lula da Silva
Comissão aprova convocações para Zema e Vorcaro, mas rejeita pedidos contra Lulinha e Messias

A CPMI do INSS aprovou nesta quinta-feira (4) as convocações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema — ligado à empresa de crédito consignado Zema Financeira — e do presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, alvo da investigação sobre fraudes em empréstimos consignados que atingiram aposentados e pensionistas.
Vorcaro também terá seus sigilos bancário, fiscal e telemático quebrados, conforme decisão da comissão, o que pode revelar o tamanho real da rede de fraudes e danos ao sistema previdenciário.
Por outro lado, a CPMI rejeitou, por 19 votos a 12, a convocação de Lulinha — filho do presidente da República — para prestar esclarecimentos. O pedido partia de indícios ainda não comprovados de supostos repasses atribuídos a ele no contexto do esquema.
Também foi negada a convocação de Messias, advogado-geral da União indicado ao STF, embora sua pasta tivesse sido mencionada em questionamentos sobre a atuação do governo diante das denúncias.
A decisão expõe uma linha de corte clara da CPMI: enquanto pessoas diretamente ligadas a empresas de crédito e empréstimo — com histórico de reclamações e suspeitas concretas — são chamadas a depor, nomes com alegações menos substanciadas foram blindados, ao menos por ora.
Para os aposentados, pensionistas e trabalhadores que acompanham o escândalo, a convocação de Zema e Vorcaro representa uma chance concreta de começar a esclarecer quem lucrava com os descontos indevidos. Se a comissão agir com rigor, poderá haver responsabilização real — do contrário, o risco é de que o caso se dissolva na fragmentação.
