Extradição de Zambelli avança na Itália em primeira audiência do processo
Corte de Apelação italiana retoma julgamento que pode repatriar parlamentar condenada — Repercussões jurídicas e diplomáticas crescem

A Corte de Apelação italiana realiza hoje (4/12) a primeira audiência do processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa em julho — momento-chave para definir se a parlamentar será repatriada para cumprir suas condenações no Brasil.
Pedido de extradição e condenações no Brasil
O requerimento de extradição foi formalizado pelo Ministério da Justiça do Brasil, com base em condenações da Supremo Tribunal Federal (STF). Zambelli foi sentenciada a 10 anos e 8 meses de prisão por invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de 5 anos e 3 meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
Desde a fuga do Brasil — anunciada em junho —, seguida pela decretação de prisão preventiva, Zambelli permanece detida na Itália. O caso gerou intensa mobilização das autoridades brasileiras para garantir a devolução da parlamentar.
O que será analisado na audiência de hoje
A Corte de Apelação italiana vai examinar se os critérios legais para extradição estão atendidos — entre eles: tipicidade do crime nos dois países, inexistência de risco de perseguição política, respeito aos direitos humanos e observância de acordos bilaterais. O pedido do Brasil conta com um parecer favorável prévio do Ministério Público da Itália, que fortalece a chance de aceitação.
Se o tribunal italiano aprovar, caberá ao governo da Itália definir os trâmites de entrega — incluindo datas, logística e notificação às autoridades brasileiras. A repatriação poderia ocorrer ainda em 2025, dependendo da finalização dos recursos previstos.
O significado político do desfecho
Para o campo que defende justiça e fim da impunidade, o processo representa um teste de soberania judicial: se Zambelli for extraditada, estará claro que nem mesmo figuras simbólicas da extrema-direita escapam da lei. Será precedente importante contra a blindagem midiática e política de condenados.
Caso a extradição seja barrada por tecnicalidades ou manobras jurídicas, ficará evidente o peso das redes de proteção para “justiceiros midiáticos” — e o recado será de que o privilégio continua valendo mesmo diante de condenações.
