Em vídeo-entrevista, Eduardo Bolsonaro diz que, se não surgir candidato bolsonarista, vai escolher “entre os menos piores”

Na quarta-feira (26/11/2025), Eduardo Bolsonaro reconheceu o que muitos já suspeitavam: sem “nome bolsonarista” viável para 2026, ele poderá abrir mão do feijão com arroz ideológico e apoiar “os menos piores”. A declaração foi dada por videoconferência à mídia.

Durante a entrevista, o deputado apontou como “campo natural” de apoio seu irmão Flávio Bolsonaro (PL-RJ), identificado historicamente com o clã, mas sugeriu que, diante da ausência de uma alternativa fiel ao legado do pai, a fatura pode recair sobre candidatos de direita mais moderada — uma guinada que expõe a crise de identidade da base bolsonarista.

Para ele, a decisão dependerá da afinidade do candidato com o eleitorado bolsonarista — inclusive admitindo apoio pragmático, mesmo sem convicção ideológica absoluta: “Se porventura nós tivermos uma eleição em que ninguém represente esse sentimento, nós escolheremos entre aqueles menos piores”.

A declaração revela desespero. Depois de escândalos, condenações, prisão de figuras centrais e rejeição crescente do bolsonarismo, restam poucos nomes com credibilidade eleitoral. A admissão pública de Eduardo — de que pode “fechar com o menos pior” — devolve à cena uma direita oportunista e fragmentada, disposta a trocar convicção por sobrevivência política.

Para nós, essa guinada representa uma chance histórica. A fragmentação da ultra-direita e a disposição dela para negociar com o “menos pior” é terreno fértil para ampliar a resistência democrática. Se a ofensiva bolsonarista implode de dentro para fora, cabe a quem defende soberania, justiça social e direitos humanos ocupar cada espaço que eles deixarem — sem subterfúgios, sem barganhas.

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.