Suspendido e investigado, Bacellar se torna peça-chave em processo eleitoral — TSE avalia anular mandatos por abuso de poder e estruturas de clientelismo

Nesta quarta-feira (3/12/2025), a notícia da prisão de Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), reacende o processo de cassação que ameaça o mandato do governador Cláudio Castro, além de assombrar todo o núcleo político e partidário envolvido — um escândalo de clientelismo, abuso de poder e manipulação eleitoral que pode abalar os pilares do poder fluminense.

Segundo a investigação conduzida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), Bacellar — e outros aliados — teriam promovido contratações massivas e irregulares por meio de vínculos temporários em órgãos públicos durante o ano eleitoral de 2022, utilizando entidades como a Ceperj e a UERJ para burlar a lei e abastecer o que classificam como uma “folha secreta” de cabos eleitorais e trabalhadores fantasmas. No total, o MPE estimou que mais de R$ 500 milhões foram usados nesse esquema.

A denúncia afirma que contratos foram feitos com jornadas fictícias e remunerações por Recibo de Pagamento Autônomo (RPA), recursos sacados em espécie e sem registro formal — tudo para garantir apoio eleitoral irregular em favor de Castro, Bacellar e aliados. A lógica: converter funcionários públicos temporários em massa de manobra eleitoral.

Com a prisão de Bacellar, os holofotes se voltam para o andamento do processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte já havia marcado julgamento para cassar os mandatos por abuso de poder político e econômico — a condenação de Bacellar pode ser o gatilho definitivo para a derrota institucional de quem tenta se manter no poder por meios espúrios.

O significado da prisão de Bacellar

  • A detenção de Bacellar representa mais do que o fim da impunidade para um político: revela a profundidade de redes de corrupção institucionalizadas, em que o Estado vira cabide de empregos fantasmas e ferramenta de manipulação eleitoral.
  • Ao se tornar “peça-chave” no processo de cassação, Bacellar ameaça levar consigo Cláudio Castro — cujo mandato pode ser declarado nulo por resultar de votação viciada, beneficiada por estrutura irregular. Isso reabriria o jogo político no Rio e poderia forçar novas eleições.
  • A movimentação expõe a falência da farsa de “moralidade pública” vendida por muitos setores do establishment: o poder não foi alavancado por mérito, mas por compra de lealdades e corrupção explícita do Estado.

O que esperar

O julgamento no TSE está suspenso por pedido de vista — mas com Bacellar atrás das grades, o cenário mudou. A chance de que os votos pendentes sejam concluídos com condenação é real, especialmente diante da prova de que contratos e recursos foram usados com claro objetivo eleitoral.

Para o eleitor fluminense — e para o Brasil que luta por justiça social e democracia real — esse caso deve servir como alerta: a política como extensão do clientelismo, do privilégio e da impunidade pode enfim ser derrubada. Não se trata de disputa partidária: trata-se de recuperar o Estado para o povo.

Se a corte confirmar a cassação, será uma vitória simbólica e concreta contra décadas de hollow-state: empregos fantasmas, leis violadas e concentração de poder.

Fonte: MPE, TSE, cobertura jornalística nacional — Infomoney, VEJA, TSE releases.

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