Revelações expõem parceria EUA-Lava Jato e risco à soberania nacional
Documentos vazados mostram que EUA atuaram lado a lado com Lava Jato

Documentos apreendidos no celular do ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e revelados por Brasil 247 revelam que o governo dos Estados Unidos teve papel direto nas investigações conduzidas pela força-tarefa. Entre os relatos estão reuniões com órgãos norte-americanos — incluindo advogados e agentes da U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) — em que foram discutidas não apenas apurações sobre a Petrobras, mas também sobre empresas com sede ou atuação nos EUA, como a petroquímica Braskem e firmas de serviços marítimos como Ensco Pride e Vintage Drilling.
Além disso — e talvez o mais grave — os documentos mencionam que parte da multa aplicada à Petrobras seria repartida, e que já havia proposta de criação de uma “fundação Lava Jato” para administrar esses recursos. Tudo isso discutido com americanos, o que sugere que a operação não foi meramente nacional: tinha componentes internacionais e interesses externos de controle sobre verba e investigação.
Fontes ouvidas na apuração da série especial da Agência Pública apontam que esse tipo de cooperação com o governo dos EUA — via a Federal Bureau of Investigation (FBI) e SEC — não respeitou os protocolos legais previstos no acordo de assistência jurídica mútua entre Brasil e EUA. A participação teria sido ocultada do Ministério da Justiça, ou ignorada formalmente, o que configura possível violação da soberania e da autonomia da Justiça brasileira.
Para muitos analistas progressistas, o episódio confirma o que há décadas afirmamos: a Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) e o FBI vêm usando a estrutura da Lava Jato como ferramenta de lawfare — manobra jurídica de contenção de soberania popular, destruição de empresas nacionais e reconfiguração geopolítica sob hegemonia americana.
O que antes era tratado por parte da grande mídia como “salvação anticorrupção” agora ganha tons alarmantes de ingerência estrangeira. Se confirmadas as revelações — com provas documentadas de influência e divisão de verbas multicultural —, o que está em jogo não é apenas a reputação de procuradores, mas a liberdade de nosso país decidir seus rumos sem patrulhamento externo. Isso exige uma grande mobilização da sociedade e da academia para recuperar a soberania judicial e política do Brasil.
