Redação

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, intensificou hoje (27) a articulação para impedir a nomeação de Jorge Messias ao STF. Segundo aliados, ele contabiliza até 60 votos contrários ao indicado do governo e planeja convocar uma “sessão a jato” — abreviar a votação assim que atingir o quórum mínimo, sem dar tempo para o governo reacender a base no plenário.

A sabatina e votação estão marcadas para 10 de dezembro. A estratégia de Alcolumbre contraria o desejo do Palácio, que apostava em ritmo mais lento, para permitir negociações e convencimento de senadores indecisos.

Segundo fontes ouvidas nos bastidores, a rejeição de Messias significaria uma derrota simbólica ao governo — e demonstra que a articulação no Congresso está em disputa. Alguns senadores veem na manobra de Alcolumbre uma chantagem institucional: caso a indicação prossiga, ele promete empurrar pautas-bomba ou usar a agenda legislativa como troco.

A tensão no Senado escancara o peso da disputa pelo controle do Judiciário no Brasil. Rejeitar Messias teria consequências graves para o governo e acenderia alarmes sobre independência, autonomia e influência política sobre o STF. O momento é de luta pelo futuro da democracia — e o Senado está encenando a guerra nas sombras.