PL abandona Bolsonaro: salário cortado e filiação suspensa após condenação
Partido encerra vínculo enquanto ex-presidente carrega condenação e perde espaço na sigla

O Partido Liberal decidiu romper os laços com Jair Bolsonaro. A sigla suspendeu o salário de cerca de R$ 46 mil mensais que ele recebia como “presidente de honra” e congelou todas as suas atividades partidárias. A decisão acompanha a perda definitiva dos direitos políticos do ex-presidente — consequência do trânsito em julgado da condenação no processo sobre a trama golpista.
O corte não representa apenas ajuste contábil: é simbólico. Bolsonaro deixa de ser “chefe honorário” de um partido que ajudou a construir. O PL justifica a suspensão com a legislação eleitoral e a condenação final — a filiação dele, na prática, está inviabilizada.
Para Bolsonaro, a medida soma-se ao colapso político: além da prisão, agora vem a expulsão — ainda que indireta — da legenda que durante anos serviu de abrigo institucional e base eleitoral de sua “direita vassalocrata”. Com o desligamento, ficam expostas as consequências da derrota: o dinheiro some, o poder simbólico cai, e o legado familiar perde suporte formal.
Com a decisão, abre-se uma fissura grave no núcleo duro da direita autoritária no Brasil. Quem restará disposto a sustentar a teimosia de um projeto de poder que já foi derrotado, julgado e abandonado pela própria base institucional?
