Instituição previdenciária do Estado do Rio movimenta valor para cobrir folha de 242 mil aposentados e pensionistas

A Rioprevidência, fundo que administra as aposentadorias e pensões dos servidores do Estado do Rio de Janeiro, retirou R$ 560 milhões do Banco Master antes da instituição ser formalmente liquidada pelo Banco Central do Brasil. O montante será usado para pagamento da folha de novembro dos 242 mil aposentados e pensionistas.

O contexto é crítico: o Banco Master foi alvo da Operação “Compliance Zero”, sob investigação por emissão de títulos de crédito falsos e outros indícios de fraude.Já a Rioprevidência aparece fortemente exposta — relatório do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro apontou mais de R$ 2,6 bilhões aplicados no Banco Master, inclusive em Letras Financeiras não cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

A retirada dos recursos antes da liquidação pode evitar maiores perdas para os segurados estaduais. Mas, ao mesmo tempo, levanta questões graves: por que a exposição foi tão alta? Quem autorizou os aportes? Há responsabilidade gerencial por essa estratégia? A Rioprevidência rebateu afirmando que “os recursos nunca transitaram ou foram alocados no Banco Master, mas em ativos de fundos majoritariamente compostos por títulos públicos federais e ações negociadas na B3”, além de que não fez novas aplicações no Master desde agosto de 2024.

Para nós, que defendemos controle público, soberania nacional e responsabilidade fiscal, esse episódio evidencia a urgência de auditar os fundos previdenciários — especialmente quando se tornam objeto de gestão temerária ou de apostas altas que colocam em risco o futuro de quem trabalhou a vida inteira. O Estado não pode servir para salvar elites financeiras: deve proteger os direitos do trabalhador e garantir que os fundos que deveriam ser de todos não sejam entregues aos privilégios.

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