Redação

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) esteve nesta segunda-feira no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, junto a outros integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado, para vistoriar as condições da unidade prisional diante da possibilidade de a ex-autoridade vir a cumprir pena ali. A comitiva, que incluiu senadores como Izalci Lucas (PL-MG), Eduardo Girão (Novo-CE) e Márcio Bittar (PL-AC), argumentou que sua missão é “visita técnica” e não uma articulação política — embora o momento e o contexto digam o contrário.

No local, Damares afirmou que pretende avaliar “em quanto tempo” um preso poderia receber atendimento médico em caso de emergência e alegou que Bolsonaro teria “problemas gravíssimos” que exigiriam assistência em até vinte minutos, caso fosse detido.
A declaração surge no marco de uma crescente tensão entre o corpo jurídico-institucional e a figura de Bolsonaro, que enfrenta condenação e possível mandado de prisão. A presença de senadores do bloco bolsonarista-aliado sugere que a visita cumpre também papel de antecipação de defesa e exibição de força política.

Este episódio reforça como figuras do auxílio direto à antiga administração buscam criar redes de proteção institucional antes que o sistema se feche. A comissão aproveita a justificativa da saúde para se posicionar enquanto favorável à ex-autoridade — em vez de evidenciar independência ou fiscalização imparcial.

Fonte: Jornal de Brasília