Aliado de Cleitinho flagrado em fraudes do INSS ameaça candidatura ao governo de Minas
O envolvimento de um correligionário do senador Cleitinho no escândalo da PF que investiga fraudes no INSS coloca em risco candidatura ao governo de MG

O deputado federal Euclydes Pettersen, aliado direto de Cleitinho em Minas Gerais, aparece como investigado na mais recente fase da operação que mira o esquema de descontos indevidos em aposentadorias do INSS — o que agora pode enterrar sua candidatura ao governo mineiro.
O golpe político é severo. A investigação revela que Pettersen teria recebido aproximadamente R$ 14,7 milhões em repasses ilícitos. A PF e a CGU ampliaram a apuração sobre o esquema — apelidado “Farra do INSS” — que atentou diretamente contra o direito dos aposentados e pensionistas. Em entrevista, Cleitinho afirmou que o foco é a “investigação pública” e que mantém “somente relação política” com o correligionário alvo.
A exposição pública do caso fragiliza qualquer projeto eleitoral que vise o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Em vez de discurso de renovação, o partido associado vê o desgaste escancarar velhas práticas oligárquicas e conexões perigosas entre o poder formal e os esquemas paralelos de corrupção. O eleitor, especialmente o da periferia e o aposentado, exige mais do que promessas — exige integridade.
Se Pettersen persistir na disputa, será confrontado com pedidos de impugnação, investigação criminal e o peso moral de ostentar candidatura enquanto figura central de inquérito.
Consequências políticas: Caso a candidatura seja abortada ou inviabilizada, abre-se uma janela para reordenação do campo progressista em Minas: o partido deve escolher um nome “limpo”, sem manchas, para evitar contaminação do projeto estadual. Além disso, o episódio reforça o argumento de que o Brasil deve quebrar a lógica da colônia exportadora: enquanto elites continuarem a dominar estados, os direitos sociais ficarão reféns da negligência e da rapina.
Por que importa para nós: Porque este escândalo não é mais um caso isolado — é o retrato da aliança entre o poder econômico hegemônico e o aparelho eleitoral. A mesma lógica que permitiu os descontos indevidos no INSS agora ameaça a soberania dos mineiros, ao transferir recursos e protagonismo para os mesmos de sempre. É urgente quebrar esse ciclo.
Além disso, avança o debate sobre como setores do Estado — como o INSS — podem ser pontos de inflexão para a justiça social. O mesmo sistema que deveria proteger aposentados foi usado para sustentar candidaturas e redes de poder. Este escândalo é uma daquelas fagulhas que podem acender a mudança.
