Pré-candidatura de Carluxo ao Senado por Santa Catarina atropela acordos entre PL, PP e PSD, irrita Carol de Toni e acende alerta sobre desintegração do bolsonarismo no estado-chave da extrema direita.

A oficialização da pré-candidatura de Carlos Bolsonaro (PL-RJ) ao Senado por Santa Catarina, nas eleições de 2026, detonou um conflito aberto na direita catarinense e acendeu um sinal vermelho no próprio bolsonarismo nacional. Segundo reportagem do Brasil 247, baseada em informações do UOL, o movimento do vereador do Rio pressiona acordos já costurados entre PL, PP e PSD e ameaça implodir a base do governador Jorginho Mello (PL) no estado.

Pelo arranjo original, as duas vagas ao Senado em 2026 ficariam com a deputada Caroline de Toni (PL) e com o senador Espiridião Amin (PP). A equação começou a se complicar com a intenção do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), de disputar o governo estadual. A entrada de Carlos Bolsonaro no tabuleiro tornou o cenário ainda mais explosivo, criando uma sobreposição de interesses entre o clã Bolsonaro, o Progressistas e o PSD.

De acordo com bastidores citados pela coluna, uma “saída possível” passou a ser discutida: tirar Carol de Toni da disputa pelo Senado, favorecer sua reeleição à Câmara, montar uma chapa que abrigasse Carlos Bolsonaro e João Rodrigues na corrida ao Senado e deslocar Amin para a vaga de vice na chapa de Jorginho Mello ao governo. O desenho, porém, está longe de consenso e já provocou forte reação interna.

Figura de peso no bolsonarismo catarinense, Carol de Toni reagiu publicamente. Nos últimos dias, ela confrontou Carlos e Eduardo Bolsonaro, mobilizou suas bases digitais e exibiu vídeos de apoio de prefeitos e lideranças locais que defendem sua permanência na disputa pelo Senado. Aliados da deputada afirmam que ela não descarta mudar de partido se a cúpula do PL decidir rifar sua candidatura para abrir espaço ao filho “forasteiro” de Jair Bolsonaro.

Analistas ouvidos pela imprensa avaliam que o avanço de Carlos Bolsonaro sobre Santa Catarina transforma um acordo regional em problema nacional. O estado é visto como um dos principais redutos do bolsonarismo, e um racha entre PL, PP e PSD pode fragilizar não só a base de Jorginho Mello como também a estratégia da família Bolsonaro para 2026. A disputa interna em SC acontece em paralelo às brigas pela candidatura presidencial dentro do clã, envolvendo Flávio Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Enquanto dirigentes tentam recompor o tabuleiro, a ofensiva de Carlos Bolsonaro em Santa Catarina já deixou claro que a unidade da direita no estado está sob pressão. Com Carol de Toni ameaçando ruptura, Amin colocado na berlinda e João Rodrigues sondando novos espaços, a tentativa de Carluxo de garantir uma cadeira no Senado pode custar caro à base bolsonarista – e transformar o reduto mais radicalizado da direita em epicentro de um racha de alcance nacional.

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