Queda de apoio enquanto a execução da pena se aproxima revela isolamento crescente no núcleo bolsonarista

O ex-presidente Jair Bolsonaro vem enfrentando um cenário de abandono político junto aos seus antigos aliados enquanto se aproxima a possibilidade de cumprimento da pena. Um levantamento divulgado aponta queda de 74% no número de pedidos de visita registrados nas últimas semanas — de 38 em setembro para apenas 10 em outubro.

A retração é parte de um movimento mais amplo: parlamentares que antes elogiavam Bolsonaro passaram a evitar menções diretas ao seu nome ou limitar suas declarações a genericidades sobre instituições.

O contexto se torna ainda mais grave devido à condicional jurídica em que Bolsonaro se encontra: condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado, ele depende agora da completa tramitação de recursos para evitar o início do cumprimento da pena.

Por que o afastamento importa

O afastamento dos aliados reflete dois fenômenos simultâneos:

  • Instrumentalização política quebrada: Muitos antigos parceiros políticos estão recalculando seus alinhamentos para 2026, evitando se encostarem no líder em desgraça.
  • Quebra de coesão no projeto bolsonarista: Sem apoio sólido e visível, Bolsonaro parece cada vez mais periférico, situação que enfraquece tanto sua influência como sua capacidade de mobilização institucional.

O que está em jogo

O abandono implica que Bolsonaro perde não apenas o amparo político, mas também a base de articulação para reverter sua situação. Sem aliados visíveis, as chances de conquistar benefícios ou mitigar consequências jurídicas se tornam ainda mais reduzidas — e o sinal para a criminalização de tentativas de ruptura institucional se torna mais forte.

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