Sob risco de extradição, Eduardo Bolsonaro parte para ofensiva contra Zema e acusa “prostitutas” que teriam traído o clã
Em série de postagens agressivas a partir dos Estados Unidos, o deputado ataca o governador Romeu Zema e órgãos que questionam o racha no arco da direita vassalocrata
Eduardo Bolsonaro mostra desespero ao comentar possibilidade de extradição.
Créditos: Reprodução de vídeo / Rede X
O deputado Eduardo Bolsonaro, que vive nos Estados Unidos e enfrenta a iminência de uma possível extradição por ordem da Justiça brasileira, iniciou uma ofensiva pública intensa contra o governador Romeu Zema e aliados que, segundo ele, “traíram o clã”. Em postagens nas redes sociais, Eduardo acusou a “direita vassalocrata” de operar em bastidores e citou, de forma pejorativa, “prostitutas políticas que trocaram o grito do povo por acordos escusos”. A reportagem do Revista Fórum traz os bastidores desse conflito.
Durante o fim de semana, Eduardo publicou uma série de tweets em que chama Zema de “candidato do sistema” e “adesivo do establishment”, acusa-o de medíocre e anuncia que a “ressaca está apenas começando”.
Fontes próximas ao processo de extradição informam que o movimento de Eduardo não é só midiático, mas estratégico: quanto maior o escândalo interno, maior a chance de buscar mobilização internacional e pressão sob a Justiça brasileira. O fato de ele atacar Zema — figura que se apresenta como alternativa conservadora fora da órbita Bolsonaro — indica que a fissura dentro da direita está se ampliando.
O ataque e suas implicações
Eduardo não poupou palavras:
“Esses que se dizem “novos” nada mais são que rentistas do sistema, negociantes da causa, ‘prostitutas’ que passaram a negociar o silêncio dos nossos adversários” — escreveu em um dos posts.
A máquina está trabalhando forte para ludibriar a percepção popular. Aproveite esta oportunidade e anote num caderninho o nome das prostitutas, assim eles não te enganarão de novo.
A acusação trouxe repercussões imediatas: Zema, até então com postura moderada e liberal, respondeu que não irá se subsumir à “retórica de raiva e vingança”. A assessoria do governador emitiu nota afirmando que “o MinasGoverno não se deixa intimidar por bravatas do exterior e segue trabalhando pela liberdade, emprego e desenvolvimento”.
Por que isso importa
Para quem defende justiça social, democracia e soberania, o episódio é emblemático:
A ofensiva de Eduardo mostra que o bolsonarismo aposta em polarização e espetáculo, mesmo diante de riscos judiciais graves.
A acusação de “prostitutas políticas” não é apenas insulto: insinua existências de redes corporativas e conluios hipócritas dentro da direita — algo que a mídia tradicional tenta esconder.
O episódio revela que a disputa da direita vassalocrata não é apenas contra a esquerda, mas internamente, por protagonismo, legado e poder.
Para a sociedade, é um alerta: a política que se pretenda soberana e de esquerda deve apontar também para auto-crítica, transparência e reconstrução de base — não repetir fórmulas agressivas e privilegistas.
Zema pode sacar vantagem desse embate, construindo imagem de fim de ciclo bolsonarista e perfil “alternativo” à direita tradicional.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, arrisca ficar isolado: com maior rejeição, com risco de extradição e com base eleitoral em hemorragia, ele tenta reagir — mas pode se afundar mais no espetáculo.
O campo progressista pode aproveitar esse racha para avançar narrativas de ética, renovação e democracia real, oferecendo alternativa à polarização tóxica.
O que vem pela frente
O cronometragem da extradição de Eduardo será um dos fatores centrais — se a Justiça decidir avançar, o impacto político será enorme.
Zema poderá consolidar uma frente moderada-conservadora independente do bolsonarismo ou pela interrupção do legado clânico.
Para o Brasil, a nova campanha de 2026 se coloca com três vetores: resignificação da esquerda, reconfiguração da direita e renegociação da justiça política e institucional.
Conclusão
Este momento não é apenas disputa de protagonismo dentro da direita — é uma reconfiguração estrutural. Eduardo Bolsonaro usa tática de assalto retórico e ataque pessoal para se manter relevante. Mas a movimentação revela vulnerabilidade. Para nós, que militamos por justiça social e democracia, resta reafirmar: o poder não pode residir em vaidades, “acordos de bastidor” ou ofensivas polarizantes — ele deve residir na organização popular, no direito coletivo e na responsabilidade pública.