Ex-assessor do TSE é acusado de vazar dados sigilosos e agir contra as instituições democráticas; votações marcam avanço da responsabilização da extrema-direita

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade pela abertura de ação penal contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no TSE. A decisão marca o recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria‑Geral da República (PGR), que aponta indícios concretos de atuação voltada à desestabilização das instituições democráticas.

Crimes imputados

De acordo com a denúncia da PGR, Tagliaferro responde por quatro crimes:

  • Violação de sigilo funcional.
  • Coação no curso do processo.
  • Obstrução de investigação envolvendo organização criminosa.
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Essas acusações derivam de investigações que apontam que Tagliaferro teria vazado mensagens e documentos sigilosos entre servidores do STF e do TSE, com o objetivo de “criar ambiente de intimidação” e fragilizar o sistema eletrônico de votação e o controle institucional.

Contexto e gravidade

O caso ganhou maior repercussão após o ex-assessor passar a atuar no exterior — ele está atualmente na Itália, e há pedido de extradição pelo ministro Moraes.
Durante a sabatina e no processo de decisão, o relator no STF sustentou que há demonstrações de que Tagliaferro agiu em sintonia com grupos investigados nos inquéritos das fake news, buscando deslegitimar o processo eleitoral e as investigações da PGR.

Por que isso importa

  • A aprovação da denúncia sinaliza que não há proteção automática para figuras ligadas à extrema-direita vassalocrata, o que fortalece a ideia de que as instituições ainda atuam com independência.
  • A responsabilidade por vazamento de dados, atuação ilegal e tentativa de subversão do regime democrático toca a espinha dorsal do Estado de direito — algo especialmente relevante para nós que lutamos por soberania popular e justiça social.
  • O caso expõe como o campo político-partidário de direita enfrenta rachas, e como figuras que se pensavam intocáveis podem ser vistas como vulneráveis quando o escândalo atinge a estrutura institucional.

O que vem pela frente

Com Tagliaferro agora formalmente réu, o processo segue para fase de instrução no STF: e-investigação de provas, oitivas, perícias e possíveis medidas cautelares. A movimentação internacional — com pedido de extradição — adiciona complexidade.
Politicamente, o episódio pode gerar nova pressão sobre os aliados da direita — que precisam lidar com a narrativa de impunidade desmontada e de figuras expostas.

Conclusão

A unanimidade da Primeira Turma do STF em tornar Eduardo Tagliaferro réu não é apenas uma vitória institucional. É um aviso claro: a lei vale para todos, inclusive para os que atacam o Estado. Para nós, que defendemos democracia, igualdade e direitos humanos, é momento de afirmar que nenhuma trama golpista ficará impune e que o fortalecimento das instituições é condição para a emancipação coletiva

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