Auditoria da agência nacional francesa de cibersegurança expôs falhas graves enquanto o museu sofria roubo milionário

O Museu do Louvre, em Paris — ícone global da cultura e turismo — aparece sob forte crítica após auditoria revelar que seu sistema de vigilância usava a senha “LOUVRE”.
De acordo com relatório da Agência Nacional Francesa de Segurança dos Sistemas de Informação (ANSSI), datado de 2014, servidores que controlam câmeras, acessos por crachá e alarmes estavam protegidos por este código óbvio, considerado “trivial” pelos especialistas.
Além disso, o museu vinha utilizando softwares e sistemas operacionais obsoletos — como o Windows 2000 ou versões similares sem suporte — o que aumentava drasticamente o risco de invasão automática ou manipulação dos dispositivos de segurança.

O assalto recente — em outubro de 2025 — no Louvre, no qual joias valiosas foram levadas (estima-se em mais de US$ 100 milhões) ressalta o contexto de vulnerabilidade desse patrimônio global.
Durante o ataque, a investigação aponta que os criminosos puderam explorar esses gaps tecnológicos com facilidade: acesso ao sistema, manipulação de câmeras, liberação de portas. O relatório da ANSSI indicava que “invasores remotos não teriam dificuldade para acessar a rede” caso quisessem.

Para especialistas em segurança digital, o caso do Louvre serve como alerta: se até uma instituição do mais alto prestígio mundial adota senhas tão previsíveis e mantém softwares sem atualização, o que dizer de empresas menores, órgãos públicos ou outras entidades vulneráveis?
Eles destacam que a segurança não é questão apenas de tecnologia — é também cultura, governança, atualização contínua. Uma senha como “LOUVRE”, nesse cenário, simboliza negligência institucional e falta de prioridade à proteção de bens coletivos.

A administração do museu negou inicialmente falhas graves, mas o Ministério da Cultura da França — após as revelações — admitiu que “existem falhas de segurança” e prometeu “medidas de emergência”.

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