Ação da prefeitura opera “triagem” de pessoas que chegam sem emprego ou moradia, levantando críticas de violações de direitos

O prefeito de Florianópolis (SC), identificado como alinhado ao bolsonarismo, instituiu na rodoviária da capital um posto da Secretaria Municipal de Assistência Social para monitorar quem chega à cidade — migrantes ou pessoas em situação de vulnerabilidade — e oferecer passagem de volta para quem desembarcar sem emprego ou local para morar.
De acordo com a prefeitura, o sistema já teria resultado no retorno de mais de 500 pessoas aos seus locais de origem. “Quem chega sem trabalho ou sem local para morar recebe passagem para a cidade de origem ou onde tenha um parente”, afirmou o prefeito em vídeo publicado nas redes sociais.

A medida provoca revolta entre ativistas e especialistas em direitos humanos, que apontam risco de violação do direito constitucional de ir e vir e da dignidade das pessoas em situação migratória ou de vulnerabilidade. “Precisamos manter a ordem e as regras”, defendeu o prefeito.
Em resposta, internautas acusaram o gestor de tratar migrantes como “problema” ou “excesso” de mobilidade, em vez de garantir acolhimento ou integração.

A implantação do posto ocorre em momento de alta sensibilidade no país sobre migração, mobilidade urbana e políticas públicas de assistência social. Críticos veem como expressão de um “direito radicalizado” que converte migrantes em alvos de controle — e não em sujeitos de políticas de dignidade.

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