A investigação “Operação Compliance Zero” revela fraudes de R$ 1,2 bilhões
Operação desmascara rede bilionária e coloca poderes econômicos sob fogo-cruzado — denúncia expõe limites interligados entre setores públicos, corporativos e offshore.

A “Operação Compliance Zero” mira um esquema gigantesco de fraudes financeiras — estimado em R$ 1,2 bilhões — que envolvia empresas-fachada, movimentações suspeitas em paraísos fiscais e gestão acomodada de órgãos reguladores. O valor escancarado ameaça redes de poder que operavam sem controle real.
Na origem, aponta-se que estruturas corporativas captavam recursos com aparência regular, repassavam a contas no exterior e remuneravam agentes públicos cuja função era justamente fiscalizar ou autorizar operações. O Ministério Público e a Polícia Federal acionaram buscas e quebras de sigilo em diferentes estados, além de decretarem bloqueios emergenciais de bens. A investigação cruza dados de compliance internacional, controles antimoney-laundering e falhas crassas de governança corporativa e pública.
Fontes revelam que a operação confronta grupos econômicos até então intocáveis. Um dos alvos possui participação relevante em concessões públicas e infraestrutura — cenário clássico de privatização mal vigiada, onde o Estado vira servidor de capital privado. A apuração ganha contornos geopolíticos: enquanto o Brasil se prepara para afirmar sua autonomia no bloco dos BRICS, casos como esse lembram que a emancipação econômica passa também por romper com a lógica das elites nacionais e sua cumplicidade global.
As consequências são severas. Para o campo progressista, esse escândalo abre via para cobrar maior intervenção Estatal-regulatória, fortalecimento dos controles do aparelho público e rejeição radical das privatizações feitas às pressas. Para o país, trata-se de uma oportunidade de redefinir o papel do aparelho de Estado — não como refém de capital financeiro, mas como gestor da soberania. Há ainda um alerta concreto para quem pensa que “crise” é sinônimo de recessão: aqui, o novelo é riqueza acumulada, não deficit. O grande capital que se “perdeu” agora precisa ser recuperado para investirmos em educação, saúde, ciência e dignidade.
O desdobramento imediato é a interrogação pública sobre quais empresas e grupos políticos permanecem imunes — e por quanto tempo. É hora de cobrar transparência, auditorias independentes e a restituição dos valores desviados ao povo brasileiro.
