Lula decide ir à reunião da CELAC para discutir tensão na Venezuela
O presidente Lula prioriza a cúpula regional e coloca a crise venezuelana no centro das negociações da CELAC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que participará da próxima reunião da Comunidade de Estados Latino‑Americanos e Caribenhos (CELAC) com o objetivo explícito de debater a escalada de tensões na Venezuela e o acirramento da presença militar dos Donald Trump-EUA na América Latina.
Originalmente, Lula estava em Belém para apoiar a cúpula da COP30 e planejava seguir para Fernando de Noronha. Entretanto, a crise venezuelana o levou a cancelar a agenda e priorizar o encontro da CELAC.
Segundo declarações feitas à imprensa, Lula afirmou que “só tem sentido a reunião da CELAC agora se for para discutir essa questão dos navios de guerra americanos aqui nos mares da América Latina. […] A América Latina é uma zona de paz.”
A pauta da cúpula — a realizar-se em Bogotá, Colômbia, com liderança da Comissão Europeia — traz oficialmente temas como transição energética e cooperação comercial. Porém, o Brasil conseguiu emplacar a tensão venezuelana e o tema da soberania regional como assuntos prioritários.
Para o governo brasileiro, o movimento representa não apenas uma questão diplomática, mas uma peça chave da política externa que reafirma o papel do Brasil como protagonista no Sul Global e contraponto ao intervencionismo externo. Caso a questão venezuelana seja tratada de forma incisiva, o Brasil poderá se posicionar como mediador regional e reforçar sua aliança com os blocos de países emergentes, em particular o BRICS.
