Em sessão de recondução de Gonet ao comando da PGR, o senador do PL faz severas acusações contra a instituição e gera reação duras no Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) protagonizou um embate acalorado nesta quarta-feira (12) durante a sabatina do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele acusou a PGR de “conluio” e cumplicidade em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que afetariam aliados da família Bolsonaro.
Flávio afirmou que Gonet “aceitou passivamente” o enfraquecimento do MPF diante de casos considerados estratégicos para o ex-presidente Jair Bolsonaro, citando decisões do ministro Alexandre de Moraes como exemplo.

Durante a sessão, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), interveio para repreender o senador, afirmando que o tom usado no debate foi “desrespeitoso” e pediu aos senadores “serenidade e ética” no exercício das arguições.

Elementos da acusação

  • Flávio Bolsonaro alegou que a PGR estaria alinhada com decisões do STF, sem agir para defender garantias constitucionais.
  • Ele também acusou Gonet de omissão perante investigações de aliados bolsonaristas.
  • Otto Alencar, por sua vez, criticou a forma do ataque, afirmando que, mesmo na divergência, “a ética parlamentar não pode ser deixada de lado”.

Por que isso importa

Esta confrontação simboliza mais do que um embate político-institucional. Para o campo progressista, é o retrato de uma tentativa de instrumentalização da justiça por segmentos vinculados ao bolsonarismo — enquanto a resistência institucional reassegura que a PGR e o STF não sejam subordinados a disputas de poder pessoal. A acusação de cumplicidade não pode passar sem investigação séria.

Consequências possíveis

  • A turbulência na sabatina pode dificultar a recondução de Gonet ou enfraquecer seu mandato caso aprovada contra forte oposição.
  • A postura agressiva de Flávio Bolsonaro tende a reforçar a percepção de confronto entre o bolsonarismo e as instituições — o que polariza ainda mais o cenário político.
  • Caso a PGR não responda às acusações ou perceba-se omissão, isso pode abrir caminho para maior pressão por controle político da instituição, algo alarmante para a democracia.
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