Eduardo Bolsonaro usa resort de Trump para discurso agressivo e expõe fragilidade política
Em evento nos EUA, o deputado parte para ataques verbais em ambiente internacional e revela desconexão com a realidade brasileira

Durante participação no evento da CPAC realizado no resort de Donald Trump em Mar-a-Lago, Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro protagonizou um discurso inflamado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes (STF), com acusações graves como “lavagem de dinheiro” e associação a cartéis, o que reforça sua postura beligerante e evidencia uma estratégia desconectada do eleitorado brasileiro.
No palco internacional, Eduardo acusou Lula e outros líderes latino-americanos de se manterem no poder com recursos de organizações criminosas e ligou Moraes a um suposto aparato de poder que “mergulha” na política e no Judiciário. O local escolhido — um resort de Trump — coloca ainda mais em evidência o alinhamento externo e performático da atividade política do parlamentar, que transparece como espetáculo em vez de ação com foco nacional.
A cena gera críticas quanto à prioridade e ao foco de Eduardo Bolsonaro. Enquanto milhões de brasileiros enfrentam crise econômica, desemprego e cortes sociais, o deputado opta por discurso ofensivo no exterior, reforçando imagem de político distante das demandas reais do país e mais preocupado com postura anti-institucional e intransigente. Esse tipo de posicionamento acentua divisões internas no conjunto da direita e projeta o PL como incapaz de oferecer projeto sólido além da retórica agressiva.
Para a esquerda e para analistas de segurança democrática, o episódio reforça a percepção de que Eduardo age mais como agitador do que como articulador político com responsabilidade institucional. E, num contexto em que o ex-presidente Jair Bolsonaro está condenado, essa linha de atuação pode agravar ainda mais o isolamento do grupo e reduzir seu leque de alianças no longo prazo.
