Renato Freitas afirma ter reagido depois de provocação racista; Assembleia do Paraná registra quatro representações contra ele e instaura processo no Conselho de Ética

O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) esteve envolvido numa altercação pública na manhã desta quarta-feira no centro de Curitiba. O episódio foi registrado em vídeos divulgados nas redes sociais, nos quais aparecem agressões mútuas entre o parlamentar e um homem ainda não identificado.
Em nota oficial, Freitas afirma que tudo começou quando um homem se aproximou e passou a proferir ofensas racistas contra ele (“não é você o famosinho?”, “vereador do PSOL”), perseguiu-o por várias quadras e só então partiu para a agressão física, com um soco no nariz do deputado. Freitas disse ter reagido diante dos insultos raciais.
Um dos vídeos mostra o deputado dando um chute no homem, em seguida sendo atingido no rosto, sangue visível no nariz, e ainda trocando socos até que outras pessoas intervenham. De acordo com sua assessoria, Freitas foi encaminhado a um hospital com fratura no nariz.
A Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) informou que já recebeu quatro representações de quebra de decoro parlamentar contra Freitas em função da briga. O caso será agora avaliado pelo Conselho de Ética da Casa.
A Polícia Civil ainda não confirmou abertura formal de investigação sobre o episódio.

Este episódio revela várias camadas de tensão: o que era um embate localizado no centro da capital paranaense ganha contornos simbólicos ao colocar em foco o racismo — conforme alegação do parlamentar —, a responsabilidade institucional de um legislador e o abandono do aparato público quanto ao controle dessas dinâmicas. Para a agenda de justiça social, mostra-se mais claro que a igualdade formal não basta: é preciso enfrentar o ódio racial e a violência no cotidiano das ruas, mesmo quando envolve representantes públicos.
Se os fatos forem confirmados, o Conselho de Ética terá a oportunidade de demonstrar que a democracia exige respeito à dignidade de todos, independentemente de posição ou status — e que parlamentares não estão acima da verificação de conduta.

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1 comentário em “Deputado estadual enfrenta agressão após ofensa racista em briga no centro de Curitiba

  1. O cara, por ser deputado, e estar só, sem segurança, não pode reagir? Deve apanhar e ficar quieto?

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