Redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro está promovendo uma virada estratégica no campo evangélico: segundo reportagem da Revista Fórum, ele estaria escanteando o pastor Silas Malafaia — que foi um dos pilares de suas campanhas de 2018 e 2022 — e investindo num novo elo religioso para ampliar sua base de apoio.
A reportagem aponta que Bolsonaro busca agora aproximação com o fundador da Sara Nossa Terra, numa tentativa de reposicionar seu relacionamento com o segmento evangélico. Esta movimentação simboliza uma mudança de eixo no poder político-religioso em torno do ex-mandatário.
Para especialistas ouvidos pela Fórum, o movimento revela duas consequências importantes:

• A construção de novo arranjo de lideranças eclesiásticas que pode substituir a antiga aliança com Malafaia, o que implica risco de isolamento para este último.
• A sinalização de que Bolsonaro está reconfigurando sua rede de apoio religioso buscando maior capilaridade e menos dependência de uma figura única — e institucionalizando melhor sua articulação.
  A mudança não está isenta de tensões: Malafaia reagiu com críticas públicas à centralização do controle evangélico no núcleo do ex-presidente e alertou para o risco de “mexerem com as bases do movimento”. (ver comentário correlato)
  Na prática, a nova articulação pode tanto reforçar a base de Bolsonaro — concedendo a ele uma nova frente de mobilização — quanto gerar fraturas internas no segmento evangélico e no bolsonarismo ampliado, que até então se apoiava fortemente na imagem de Malafaia como voz-guia.