Em movimento antecipado, quatro senadores alinhados a Bolsonaro entram no complexo penitenciário para tratar de atendimento médico e protocolo

Uma comitiva de quatro senadores ligados a Jair Bolsonaro visitou esta segunda-feira (17) o complexo da Penitenciária da Papuda, em Brasília, para levantar dúvidas sobre os procedimentos caso o ex-presidente venha a cumprir pena no local.
Segundo a senadora Damares Alves, que participou da visita, os aliados questionaram sobretudo “em quanto tempo Bolsonaro seria atendido caso passasse mal em uma cela”.
Este movimento ocorre em paralelo à condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses, no processo que o aponta como protagonista da trama golpista de 8 de janeiro.

A operação tem dois significados: de um lado, uma tentativa de antecipar a logística do cumprimento da pena — de outro, um gesto de autoproteção política, preparando cenário que permita à ala bolsonarista alegar perseguição ou vitimização. Na linguagem política, isso se traduz como mobilização simbólica da vassalocracia que tenta blindar seu líder.
Para os que defendem a justiça social e o fortalecimento das instituições democráticas, a visita revela o nível de pressão que grava sobre o sistema prisional e sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) — que não pode ceder a manobras políticas nem transformar uma condenação em espetáculo.
Resta ver se a Papuda será de fato o destino de Bolsonaro ou se o STF, por meio do ministro Alexandre de Moraes, optará por outra unidade — o que mudaria radicalmente o cálculo de seus defensores. Pois uma prisão comum não basta para desmontar a engrenagem de impunidade e poder que se lançou contra a democracia brasileira.

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