Voto popular nos EUA reage às políticas de Trump e dá vitória expressiva à oposição em estados-chave

A mais recente rodada eleitoral nos Estados Unidos marcou o que muitos analistas identificam como a primeira surra eleitoral que Donald Trump levou desde que voltou à cena presidencial. Em diversos estados-chave, candidatos alinhados a Trump foram derrotados, em um recado claro do eleitorado sobre insatisfação com seu governo.
No estado de Nova York, a vitória do socialista democrático Zohran Mamdani — o primeiro muçulmano eleito prefeito da cidade — simboliza essa virada. Trump usava a cidade como vitrine de suas políticas migratórias; a derrota ali tem forte carga simbólica.
Em Virgínia, a democrata Abigail Spanberger foi eleita com mais de 64% dos votos ao cargo de governadora. Sua campanha criticou frontalmente o autoritarismo, reforçando que o eleitorado repudiou aliados do presidente.
Já em Nova Jersey, Mikie Sherrill obteve 64% dos votos latinos contra 32% do adversário republicano, revertendo resultado de 2021 e sendo interpretada como “virada” de parcela que antes apoiava Trump.
Na Califórnia, foi aprovada reforma de redistribuição de distritos que fortalece o partido democrata para 2026; na Pensilvânia, juízes progressistas tomaram maioria no tribunal estadual. São sinais de que a oposição se movimenta com força e que a agenda de Trump pode encontrar barreiras estruturais maiores.
Trump procurou minimizar o impacto ao afirmar que “não era o presidente quem estava sendo testado”, mas sim candidatos que “não souberam defender as conquistas da administração”. Mesmo assim, analistas veem na derrota uma reversão de dinâmica que vinha favorecendo sua base e alertam para a possibilidade de começo de desgaste político.
Essa derrota não é apenas sobre votos — é sobre mensagem. É sobre o eleitorado dizer que não tolera mais políticas de exclusão, migração repressiva ou posicionamentos que reforcem divisão social. Para nós, brasileiros, serve de alerta: se até nos EUA a direita radical sofre recuo, por que aqui acharíamos que o bolsonarismo seguiria intocado?

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