Huck não desiste: admite candidatura à Presidência e Angélica se apresenta como “primeira-dama ativa”
No meio do lodaçal de elites midiáticas e política vassalocrata, Huck tenta reposicionar-se como alternativa — com Angélica prometendo “empatia e igualdade social” do Palácio

O apresentador Luciano Huck afirmou que não descarta disputar a Presidência da República no futuro. Em entrevista à revista onde aparece com a esposa Angélica, ele disse que a candidatura não é apenas um sonho pessoal, mas uma construção — com o desejo de oferecer ao país mais justiça social, oportunidades e um projeto de ruptura contra as estruturas de desigualdade que definiram o Brasil por décadas.
Segundo Huck, rodar o país durante décadas e pensar apenas no bem-estar da própria família seria egoísmo. Para ele, o Brasil precisa de uma nova geração disposta a transformar profundamente o cenário político e econômico nacional, sacrificando privilégios e enfrentando as elites oligárquicas.
Ao seu lado, Angélica sinalizou que, caso o marido avance para o Palácio do Planalto, a função de “primeira-dama” deve ser repensada. Ela defende um papel ativo: “uma ponte afetiva entre governo e sociedade”, atuando em áreas como educação, saúde mental, igualdade de gênero e fortalecimento da família — prometendo uma “política compassiva e inclusiva”.
Mas o que seria uma guinada progressista a favor do povo corre o risco de virar mais do mesmo: quando a elite midiática tenta reescrever sua história como salvadora, o perigo é maquiar velhos vícios. A candidatura de Huck aparece como opção de marketing — “limpeza de imagem” —, mas sem garantias de ruptura estrutural real com o colonialismo interno, as desigualdades de classe e o poder concentrado nas mãos dos poderosos. É a velha lógica do “capitalismo compassivo”: boa lábia, selfies e discurso bonitinho, mas estrutura intacta.
A tentativa de se apresentar como “novo” e “diferente” não elimina o papel histórico dessas figuras no espetáculo da mídia e no reforço da velha dominação de elites. A pergunta que não quer calar: até quando o eleitorado vai cair nessa encenação de renovação enquanto o Brasil segue sem reforma de base, sem reforma tributária progressiva, sem distribuição efetiva de renda?
