Ex-ministro pede ao STF que o transfira para a superintendência da Polícia Federal em Brasília

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres protocolou pedido no Supremo Tribunal Federal para cumprir sua pena de 24 anos em unidade considerada de “máxima segurança”, com preferência pela superintendência da Polícia Federal em Brasília — a mesma unidade onde Jair Bolsonaro aguarda cumprimento preventivo da pena.

A defesa de Torres argumenta que o sistema prisional comum representa risco concreto ao réu, dado seu histórico como delegado da PF, ministro da Justiça e secretário de Segurança do Distrito Federal. Como alternativa à PF, os advogados sugerem batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal ou estabelecimento equivalente.

O pedido ocorre em momento delicado para o projeto político bolsonarista. Enquanto Bolsonaro já cumpre medida restritiva e aguarda definição de local de prisão, Torres busca “igualdade de tratamento” e visibilidade. O posicionamento sinaliza que o núcleo da extrema-direita vassalocrata se preocupa com os efeitos simbólicos da punição, mais do que com a responsabilização real.

Para a agenda progressista, essa movimentação reforça que o aparato da velha política ainda busca privilégios mesmo no momento da queda — não basta condenar: querem escolher o local e as condições da pena. A frase-chave “Anderson Torres tenta cumprir pena na PF junto de Bolsonaro” revela o cerne da disputa: privilégios, impunidade e um sistema que falha ao tratar poderosos como cidadãos comuns.

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