Greve dos advogados empurra processo que pode trazer ex-deputada ao Brasil para depois do Natal, comprando tempo para a defesa

A Corte de Apelação de Roma remarcou para 4 de dezembro a primeira audiência do processo de extradição de Carla Zambelli — decisão que dá fôlego à defesa e adia o desfecho de um dos casos mais simbólicos da crise da direita no Brasil.

O adiamento foi solicitado pelos advogados da deputada, que aderiram à greve da classe na Itália. A sessão inicialmente marcada para novembro — que poderia definir a volta de Zambelli ao Brasil para começar a cumprir sua pena — foi retirada da pauta, gerando desgaste político e judicial.

A ex-parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de outros cinco anos e três meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal — penas já transitadas em julgado que autorizam sua extradição. A determinação de prisão ocorreu após confirmação dos processos, o que motivou o pedido formal de extradição pelo governo brasileiro à Itália.

Do lado italiano, o Ministério Público da Itália descartou que o pedido represente perseguição política e manteve o entendimento de que a extradição pode seguir — algo que a defesa tenta empurrar para o máximo de tempo possível.

Esse adiamento tem forte carga simbólica: sinaliza que o clã Bolsonaro ainda tenta negociar, retardar e ganhar tempo, mesmo após derrotas e condenações. Ao atrasar a extradição, o jogo político se arrasta — e permite que a narrativa do bolsonarismo vassalocrata se reorganize, com luzes enxutas, aliados dispersos e instabilidade crescente.

A nova data marca 4 de dezembro — e tudo indica que a expectativa de cumprir a pena no Brasil será postergada por semanas ou até meses. A justiça pode esperar, mas o país não esquece.

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