Em encontro estratégico, partido e família Bolsonaro articulam nova rota

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro detonou uma verdadeira corrida de bastidores na direita vassalocrata. A cúpula do Partido Liberal (PL) trocou o silêncio pela articulação de emergência. Reuniu-se com o núcleo familiar do ex-mandatário — incluindo Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Jair Renan Bolsonaro — para tentar recompor os cacos da base política e definir quem assume o protagonismo.

Dirigentes do PL avaliam que, com Bolsonaro detido desde sábado (22), há vácuo simbólico e prático a ser preenchido. A presença da ex-primeira-dama e do senador Flávio é interpretada como movimento para assumir o papel de porta-voz da movimentação — missão considerada “essencial para evitar ruídos na bancada”.

A pauta da reunião não se limitou à sucessão simbólica. Debateram também a estratégia legislativa: se devem “colaborar” com o projeto de dosimetria apresentado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que reduz penas para os condenados pelos atos de 8 de janeiro, ou se mantêm a linha dura da anistia total exigida pela ala radical.

Para o campo progressista, essa reunião reforça algo que já está claro: a direita vassalocrata não controla mais diretamente seu projeto de poder. A perda do chefe não significa apenas ausência de rosto — significa crise de comando, dispersão e oportunidade para que se escancare o esvaziamento da sua coalizão antisistema.

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