Esposa de Alexandre Ramagem confirma que ele fugiu após condenação e amplia denúncia de perseguição política
Rebeca Ramagem admite que a família deixou o Brasil após a condenação de 16 anos de Ramagem no julgamento da trama golpista e acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de ação política seletiva.

A esposa de Alexandre Ramagem, Rebeca Ramagem, admitiu publicamente que o parlamentar se encontra nos Estados Unidos após ter sido condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias pela trama golpista julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o portal Brasil 247, ela divulgou nota afirmando que o deslocamento foi motivado pela necessidade de proteger a família, diante de uma “perseguição política desumana”.
A declaração da senhora Ramagem reforça a tese de fuga que vinha sendo investigada pela Polícia Federal, que apura se o ex-diretor da Abin entrou nos EUA de forma clandestina após deixar o Brasil por rota alternativa.
Além disso, Rebeca afirmou que o país não oferece mais “garantia de justiça imparcial” e que a prioridade da família é a proteção das filhas, definindo o momento como o início de “uma nova jornada” fora do Brasil.
Do lado institucional, a pena aplicada por tentativa de golpe e por violação da ordem democrática é objeto de execução. A defesa da família pretende usar a plataforma internacional para mobilizar a narrativa de vitimização, ao passo que o Estado busca a captura e o cumprimento da pena. A situação aprofunda o impasse entre o bolsonarismo que insiste em discurso de “lawfare” e o sistema de justiça que responde por aqueles que atentaram contra a democracia — ponto central da linha editorial progressista que defendemos.
Se, para a defesa, a alegação de perseguição política busca virar o jogo simbólico, para o país o essencial é que a lei seja aplicada sem espaço para privilégios ou absenteísmo. A confissão de fuga, portanto, não apenas confirma o cenário de risco que justificou a prisão preventiva, mas expõe o arco de responsabilização que segue em aberto no Brasil — um país que não pode retroceder para a lógica de impunidade sob pretexto de manipulação narrativa.
