Bolsonaro admite que “meteu ferro quente” na tornozeleira e escancara plano de fuga
Em vídeo, Bolsonaro confessa que usou ferro quente para violar a tornozeleira eletrônica, reforçando a decisão do STF e enterrando o discurso de “prisão sem motivo”

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a se incriminar com a própria boca. Em vídeo que circula nas redes, gravado antes da prisão deste sábado, ele aparece rindo e confessando que “meteu um ferro quente” na tornozeleira eletrônica, admitindo que tentou violar o equipamento determinado pelo Supremo Tribunal Federal. Na conversa com uma agente de segurança, Bolsonaro confessa que usou “ferro de soldar”, confirmando que não se tratou de falha técnica, mas de ação deliberada. Bolsonaro confessa que usou ferro quente na tornozeleira e, com isso, desmonta de vez o teatro da “prisão sem motivo”.
A fala escandalosa surge no mesmo fim de semana em que a Polícia Federal cumpriu mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. Na decisão, Moraes já apontava risco de tumulto armado por apoiadores, possibilidade de fuga e tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, fatos agora confirmados pelo próprio réu. Ou seja: enquanto a milícia digital bolsonarista chorava perseguição, a realidade é que o condenado por liderar uma trama golpista agia para sabotar a fiscalização judicial.
No vídeo, Bolsonaro tenta minimizar a gravidade do que fez, dizendo que não pretendia “romper a pulseira”, apenas fez “por curiosidade”. A cena, porém, revela o padrão conhecido: o vassalocrata desrespeita a lei, brinca com a autoridade do Estado e depois tenta se esconder atrás de piada, meme ou vitimismo. Não é um deslize técnico, é mais um capítulo da mesma conduta que levou à condenação de mais de 27 anos de prisão por sua participação central na tentativa de golpe.
A confissão pública de que Bolsonaro confessa que usou ferro quente na tornozeleira reforça a narrativa jurídica do STF e da PF: havia risco concreto de fuga e sabotagem das medidas cautelares. O gesto de pegar um ferro de solda e ir deliberadamente contra o equipamento de monitoramento é o oposto de “cumprir decisão judicial”. Revela desprezo pela Justiça e pela Constituição, exatamente o que o país viu nos ataques às instituições, nas lives golpistas e no incentivo à invasão de Brasília.
Politicamente, o episódio isola ainda mais o bolsonarismo e fortalece a posição do STF. Moraes aparece, mais uma vez, como o ministro que agiu a tempo para impedir que o condenado escapasse do alcance da lei. A confissão de Bolsonaro vira prova moral e política de que a prisão não foi abuso, mas resposta necessária a um réu que, mesmo monitorado, insistiu em testar os limites do sistema de Justiça.
No fim das contas, o vídeo do “meti um ferro quente” entra para a galeria de autossabotagens do bolsonarismo. Em vez de sustentar a narrativa de mártir perseguido, Bolsonaro se apresenta como aquilo que sempre foi: um líder vassalocrata que zomba do Estado de Direito, aposta no caos e só respeita a lei quando é obrigado à força. Agora, com tornozeleira violada, prisão decretada e confissão gravada, fica cada vez mais difícil vender ao Brasil e ao mundo a farsa de que essa história é apenas “perseguição política”.
