Defesa de Jair Bolsonaro apresenta laudo com 10 doenças graves ao STF e tenta reforçar pedido de prisão domiciliar humanitária
Estratégia jurídica busca evitar regime fechado apontando "grave risco" à saúde do ex-presidente

A defesa de Jair Bolsonaro enviou ao STF um extenso conjunto de laudos médicos que listam dez doenças graves e complicações a partir da facada de 2018 — entre elas, riscos cardíacos, pulmonares e gastrointestinais — com o objetivo de fundamentar o pedido de que ele cumpra sua pena em prisão domiciliar.
No documento protocolado ainda na data de 21 de novembro de 2025, consta que Bolsonaro teve obstrução intestinal, duas pneumonias no ano, cirurgia para remoção de lesões de pele, além de comorbidades como cardiopatias, doenças pulmonares e gastrointestinais. Os advogados sustentam que o regime prisional comum representaria “risco concreto e imediato à integridade física e à própria vida” do ex-presidente.
Argumentam ainda que a situação exige prisão domiciliar humanitária, com base no art.318, II, do Código de Processo Penal, dado que há “sequelas permanentes e irreversíveis”, necessidade de tratamento contínuo, monitoramento multifatorial e risco de intercorrências súbitas potencialmente fatais.
Por outro lado, a movimentação evidencia não apenas uma questão de saúde, mas uma manobra política para protelar o início do cumprimento da pena — lembrando que Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses no caso da trama golpista, cujo recurso ainda tramita.
Para nós, este episódio reafirma uma dinâmica estruturante da vassalocracia bolsonarista: elites que escapam à responsabilização e mobilizam recursos para preservar privilégios enquanto fingem fragilidade. É hora de o Brasil exigir que saúde não seja escudo para impunidade — e que o Estado de direito se confirme na prática, para todos.
