Segundo o Itamaraty, encontro diplomático entre Brasil e EUA desencadeou a reversão das sobretaxas de 40% impostas por Washington a produtos agrícolas brasileiros

O Brasil obteve uma rara vitória diplomática de peso: o governo norte-americano recuou nas sobretaxas de 40% aplicadas a produtos agrícolas brasileiros, e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil aponta que isso ocorreu logo após a reunião entre o ministro Mauro Vieira e o secretário americano Marco Rubio. A medida mostra que a diplomacia nacional não ficou inerte diante da chantagem comercial de Washington — e que o país encontrou caminho para reagir.

De acordo com a nota divulgada pelo Itamaraty, a reunião entre Vieira e Rubio apresentou “tom construtivo”, o que acelerou a retirada da tarifa que atingia café, carne e outras importantes exportações brasileiras. A reversão das medidas foi comunicada poucos dias após o diálogo, tendo sido interpretada no Brasil como prova de que o bloqueio econômico foi dissuadido pela articulação diplomática.

A bandeira é clara: o Brasil subiu no ringue e enfrentou o governo Trump sem se resignar à condição de vítima. A imposição das tarifas havia sido interpretada como ataque à soberania nacional — e ao revelado apoio comercial à tentativa de golpe contra o país. O recuo americana não extingue o conflito estrutural, mas abre janela para que o Brasil avance a partir de posição diferente.

Para o campo progressista, essa reversão não é motivo para normalizar a relação como antes. É momento de industrialização, de agregar valor e de reescrever o papel do Brasil frente ao mundo. A retirada da tarifa de 40% é vitória simbólica — agora cabe transformar isso em política real: investimentos em cadeia de produção, tecnologia, empregos.

Não se trata apenas de “fim da crise tarifária” — trata-se de aprendizado. A lição: quando o país assume sua soberania, negocia e mobiliza seus recursos diplomáticos e comerciais, aparece resultado. Agora, o Brasil segue vigilante: o recuo de Trump é boa notícia, mas o jogo real será o que o Brasil faz com o espaço conquistado.

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