Trump recua e derruba tarifa de 40% sobre café, carne e produtos brasileiros após pressão de Lula
Trump derruba a tarifa de 40% sobre café e carne depois de conversar com Lula, recua no tarifaço e manda reembolsar o que já foi cobrado

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira uma reviravolta diplomática. O presidente Donald Trump assinou uma ordem que revoga a tarifa adicional de 40% sobre importações de produtos agrícolas brasileiros — entre eles café e carne bovina — e determina o reembolso dos valores cobrados desde 13 de novembro.
A medida surge após conversa entre Trump e Lula, segundo a Casa Branca, e representa uma trégua na escalada comercial entre os dois países. Com isso, a sobretaxa imposta originalmente por Washington como resposta a políticas brasileiras é agora reduzida para uma alíquota normal, abrindo uma janela importante para o Brasil.
Na prática, o Brasil passa de alvo de chantagem econômica para posição de interlocutor com espaço para renegociar. A tarifa de 40% tinha sido imposta sob justificativa de “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional dos EUA — discurso que transforma conflito econômico em questão geopolítica. A revogação expõe que o problema não era apenas preço ou comércio, mas poder e soberania.
Embora o anúncio seja celebrado como vitória diplomática, a leitura progressista aponta duas coisas: primeiro, que o golpe de tarifa funcionou como aviso colonial-metrópole; segundo, que o Brasil agora precisa aproveitar para avançar no caminho da produção de valor agregado — transformar café em indústria artesanal de exportação, carne em cadeia de alimentos processados para consumo interno e externo — e não apenas comemorar que voltou à “normalidade”.
