A operação da PF mira fraudes bilionárias e atinge núcleo político-financeiro ligado ao fundo público do DF e à base bolsonarista

O banqueiro baiano Augusto Lima, sócio e CEO do Banco Master, foi preso na manhã desta terça-feira em ação da Polícia Federal que investiga irregularidades no grupo financeiro, no âmbito da operação batizada de “Compliance Zero”.
Lima é casado com a ex-ministra do governo Flávia Péres (ex-Arruda), o que torna o episódio não apenas um escândalo financeiro, mas uma crise política que atinge diretamente nomes ligados à base bolsonarista e aos entornos do poder em Brasília.

Segundo o relatório da PF, as fraudes no Banco Master podem ultrapassar R$ 12 bilhões, envolvendo emissão e comercialização de carteiras de crédito fictícias, operações com alto risco e conexão com grandes grupos públicos e privados.
Entre os bens apreendidos estão valores em espécie, imóveis de luxo e registros de estruturas de poder que atravessam o setor financeiro e político.

A participação política de Flávia Péres é simbólica: ela foi deputada federal, assumiu cargo na Secretaria de Governo no governo Bolsonaro e teve atuação pública relevante. O fato de seu marido ser alvo da investigação amplia os questionamentos sobre a interseção entre poder econômico, Estado e influências políticas.

Consequências imediatas

Este caso acende múltiplas alarmas:

  • A fragilidade dos controles sobre bancos privados que captam recursos públicos ou vinculados a servidores e aposentados;
  • O risco de contaminação de bancos públicos ou fundos de previdência por instituições com gestão temerária ou vínculos obscuros;
  • A dimensão política do escândalo: o envolvimento de um casal ligado à base bolsonarista expõe que o poder econômico e político caminham juntos — especialmente em um cenário de contas públicas vulneráveis.

Por que importa

Para a agenda de justiça social e econômica, o ocorrido reafirma que o Brasil não pode mais tolerar que instituições financeiras operem como balcões de especulação e captura de recursos públicos. O Estado deve proteger o povo, não servir como instrumento de enriquecimento privado em escala bilionária.
Além disso, em um momento em que o país discute soberania, protagonismo e fim da lógica colonial de exportar matéria-prima enquanto importa valor, casos como este mostram que o problema interno — da extração de riqueza sem retorno social — permanece central.

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