No Senado, o senador direciona a CPI do Crime Organizado para reunir queixas contra milícias, enquanto escala sua influência política

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) está conduzindo uma manobra estratégica na Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado para assumir protagonismo no tema da segurança pública. A articulação tem como objetivo coletar denúncias contra milícias e facções criminosas no Estado do Rio de Janeiro, em uma atuação que mistura investigação e movimentação política.
Fontes da reportagem apontam que o senador busca acesso direto a bases de dados como o Disque Denúncia e articula audiências com vítimas e organizações civis de segurança, abrindo mão de atenção igualitária à estrutura investigativa federal e estadual. A preocupação é que a CPI se transforme em palco eleitoral — ao invés de instrumento de responsabilização efetiva — com o foco deslocado do combate às redes criminosas para o fortalecimento de lideranças políticas.
Essa aproximação da CPI com interesses específicos não deixa de levantar questionamentos:

  • O risco de que o foco da investigação seja moldado por objetivos particulares, e não pela busca da verdade e da justiça.
  • A perspectiva de que a agenda da segurança pública seja convertida em palco de visibilidade para o senador, mais do que para vítimas e sociedade.
  • A necessidade urgente de garantir que as denúncias sejam tratadas com rigor técnico e independência institucional — e não apenas como ferramenta de ascensão política.

Para quem defende justiça social, democracia e instituições fortes, é hora de ficar atento: uma CPI eficaz não se resume a holofotes e discursos, mas entrega resultados, responsabiliza envolvidos e protege o interesse público — não o de um único protagonista.

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