Malafaia se faz de sábio ao apontar “diferenças” entre condenações de Lula e Bolsonaro
O pastor Silas Malafaia ergue bandeira pronta-entrega de vitimismo da ala vassalocrata, tentando vender tese de injustiça seletiva

É de cair o chapéu: Silas Malafaia resolveu virar comentarista jurídico-politico e, com ar altivo, afirma que as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro “não podem ser comparadas”. A fonte? Segundo ele, nuances de tempo, mídia e “contexto político”.
É curioso assistir ao espetáculo: o pastor que trocou púlpito por palanque agora ergue a bandeira da “seletividade da justiça” — como se não soubéssemos que ele há muito timeia com a vassalocracia.
Enquanto isso, a democracia observa esse teatro com detachment. A rigor, o cerne da questão não é se há diferenças entre os casos (sempre haverá), mas se o sistema age com independência — ou se figuras-chave ainda se beneficiam de blindagem política.
Malafaia, povo evangélico, plataformas digitais, fala de “silêncio de Bolsonaro” e acusa a mídia de favorecer Lula. O curioso é que ele ignora que a voz de Bolsonaro já ganhou palanques, hashtag, rede — não falta microfone. Mas, enfim, o argumento está pronto para consumo interno.
Se queremos justiça de verdade, precisamos ir além dos discursos providenciais e desmontar o privilégio que se veste como indignação. Malafaia pode assinar o cheque do espetáculo — a efetividade cabe aos tribunais.
