Bolsonaro articula apoio à chapa Tarcísio de Freitas-Michelle Bolsonaro para 2026
Em um movimento que reforça a permanência da direita vassalocrata no poder, o ex-presidente Jair Bolsonaro define estratégia eleitoral com Tarcísio à frente e Michelle como vice

O ex-presidente Jair Bolsonaro teria tomado a decisão de apoiar o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas como cabeça da chapa presidencial de 2026. Fontes destacam que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro figura como segunda alternativa ou idealmente como vice na composição.
O movimento se dá em meio às articulações intensas da direita no Brasil, em especial no campo PL & Republicanos, que buscam uma candidatura competitiva para enfrentar a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva e o projeto progressista.
A conjuntura revela três eixos:
- A preferência de Bolsonaro por Tarcísio, considerado “novo rosto” da base conservadora.
- A inclusão de Michelle Bolsonaro como peça simbólica e estratégica para mobilizar o eleitorado feminino e garantir alinhamento com a base bolsonarista tradicional.
- O calendário antecipado: a chapa pode ser anunciada no começo de dezembro, segundo interlocutores, para vencer a indefinição e consolidar o campo de direita.
No entanto, o cenário não está isento de tensões: o filho Eduardo Bolsonaro contestou o processo, alegando pressão para forçar a escolha de Tarcísio.
Além disso, o Supremo – através de decisões que afetam aliados bolsonaristas – segue como ator estratégico, exigindo cuidado na montagem da chapa para evitar vetos e inelegibilidades.
Para além da disputa individual, esse alinhamento representa uma ofensiva da ala vassalocrata para manter o controle político e institucional. A lógica dominante busca substituir o rolo-compressor bolsonarista por uma candidatura mais “palatável” — mas com o mesmo propósito de preservar privilégios das elites e barrar agendas populares e transformadoras.
Na prática, essa chapa pode significar:
- A tentativa de reeditar pactos de poder anti-estado de bem-estar, anti-regulação ambiental, contra direitos humanos e em defesa de um modelo neocolonial de exportação de matérias-primas.
- Um claro recado à sociedade de que o legado bolsonarista não acabou — apenas muda o rosto.
- Um risco real de que a campanha de 2026 se transforme numa batalha de estilo mais do que de conteúdo, com Michelle usada como “muleta de imagem” enquanto Tarcísio e Bolsonaro comandam os bastidores.
O que resta ver é se o campo progressista estará pronto para reagir — mobilizando a base, fortalecendo narrativas de justiça social, igualdade e soberania — ou se assistiremos à repetição maquiada de antigos projetos de submissão.
Fonte: GP1.
