Em meio à iminência de prisão, Jair Bolsonaro recebe 16 pessoas para grupo de oração em sua casa

O ex-presidente Jair Bolsonaro informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que vai receber nesta quarta-feira, dia 19, um grupo de oração composto por 16 pessoas em sua residência no bairro Jardim Botânico, em Brasília — poucos dias antes da possível ordem de prisão pelo cumprimento da pena de 27 anos e três meses imposta a ele.
Acompanhado pela esposa, Michelle Bolsonaro, o encontro se dá no momento em que a defesa anuncia que apresentará laudos médicos para pleitear prisão domiciliar e informa ao STF que seguirá todas as restrições impostas.
Fontes que monitoram o processo indicam que o ministro Alexandre de Moraes pode determinar o início do cumprimento da pena entre o fim de novembro e o início de dezembro, após publicação do acórdão e esgotamento dos prazos recursais.

O gesto de Bolsonaro — mobilizando apoio religioso e antecipando a execução da pena — carrega um duplo impacto político. Privatiza a ritualização da fé enquanto fragmento de estratégia de visibilidade e resistência vassalocrata, e sinaliza para seus apoiadores que o momento de repressão institucional se aproxima.
No cenário de crise institucional, a reação ao ex-chefe de Estado se transforma em símbolo da luta pela democracia e da derrota dos supostos planos golpistas. A tentativa de usar o templo doméstico como palco de mobilização ameaça o jogo técnico-jurídico e reforça o caráter político da sentença.
Para quem luta por justiça social, por desvendar o entrelaçamento entre poder, impunidade e estrutura autoritária, essa reunião de oração em plena vigília de prisão expõe que o recuo das oligarquias só virá com o rigor judicial e a transformação estrutural — não com apelos à fé ou ao espetáculo midiático.
Fonte: Diário do Centro do Mundo.

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