Eduardo Bolsonaro abandona os EUA e foge para o Bahrein após avanço do STF
A viagem repentina ao Golfo, um dia após virar réu, reforça a interpretação de que o deputado deixou de se esconder e passou a fugir de forma aberta

A permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos já tinha todos os traços de um autoexílio. Mas a viagem relâmpago ao Bahrein, logo depois de virar réu no Supremo Tribunal Federal, transformou a percepção: agora, mais do que se esconder, ele está fugindo. O deslocamento para um país sem tratado de extradição com o Brasil, para se reunir com um membro da família real e exibir armas, fortalece a leitura de que o deputado procura abrigos políticos fora do alcance da Justiça.
Da estada prolongada ao abandono dos EUA
Eduardo Bolsonaro estava nos EUA desde fevereiro, período no qual evitava retornar ao Brasil justamente enquanto o cerco judicial se fechava. Era autoexílio — mas ainda com algum verniz de normalidade.
A fuga começa quando:
- o STF aceita denúncia e transforma Eduardo em réu;
- ele imediatamente abandona os EUA;
- embarca para o Bahrein, um país com redes de proteção políticas e jurídicas que não existem no Ocidente democrático;
- evita qualquer rota que o obrigasse a passar por aeroportos onde poderia ser barrado.
A permanência nos EUA, mesmo irregularizada pelo uso do visto de turista, pelo menos mantinha o deputado em território com regras claras. Mas, ao se deslocar para o Golfo, Eduardo dá um recado inequívoco: não pretende se submeter à Justiça brasileira tão cedo.
Bahrein: o destino escolhido por quem precisa sumir
O Bahrein não é um destino aleatório. Para figuras políticas sob investigação, o Golfo Pérsico tem sido historicamente um refúgio confortável:
- não há extradição automática;
- autoridades locais podem oferecer proteção informal;
- a monarquia concentra decisões políticas e judiciais;
- o país é usado frequentemente para “lavar” a própria presença internacional.
A foto ao lado do sheik Khaled bin Hamad Al-Khalifa, da família real, mostra que Eduardo buscou exatamente isso: um círculo de proteção num país onde dinheiro, armas e conexões políticas falam mais alto que qualquer tratado.
Ninguém viaja para o Bahrein, um dia após virar réu no STF, apenas para “turismo”.
A fuga estilizada: armas, clube de tiro e blindagem simbólica
As imagens postadas por Eduardo no Bahrein têm função política. Não são apenas registros de viagem. São mensagens:
- armas grandes → sinalização de força, resistência e desafio;
- sheik da família real → proteção externa;
- ausência da família → movimento tático, não familiar;
- deslocamento imediato → tentativa de driblar repercussão e vigilância.
Eduardo não está viajando: ele está construindo um bunker internacional, no estilo dos velhos exilados autoritários que, quando acuados, corriam para países com regimes amigáveis a fugitivos políticos.
Por que fugir agora?
A virada acontece porque o processo no STF deixou de ser especulação e virou fato:
- Eduardo é réu.
- Há risco real de prisão ao retornar ao Brasil.
- Há risco de ser barrado nos EUA.
- Há perda acelerada de capital político.
- Há investigações ampliando o cerco ao clã Bolsonaro.
Com todos esses elementos, permanecer nos EUA não era seguro, e voltar ao Brasil seria suicídio político e jurídico. O Bahrein aparece como rota preferencial para quem precisa desaparecer dos radares democráticos.
Fuga sem família: o sinal mais claro
O fato de a família não ter viajado com ele é, politicamente, devastador.
Quando um político se “muda”, leva a família.
Quando foge, vai sozinho.
A ida isolada mostra:
- estratégia emergencial;
- deslocamento sem planejamento familiar;
- necessidade de dar explicações para a esposa e os filhos;
- percepção clara de que a Justiça brasileira está próxima demais.
É o tipo de movimento que só se faz quando o tempo acabou.
Eduardo Bolsonaro já está fugindo – e o bolsonarismo sabe
No xadrez político, a fuga de Eduardo Bolsonaro marca um novo estágio da implosão do bolsonarismo. O filho que sempre se apresentou como herdeiro ideológico do pai agora:
- evacua dos EUA;
- busca abrigo em monarquias do Golfo;
- se afasta completamente da vida parlamentar;
- age como quem prepara terreno para não voltar tão cedo.
A extrema direita brasileira à qual ele pertencia está sem rumo.
E o principal símbolo dessa desordem é um deputado federal se escondendo em palácios estrangeiros, de arma na mão, pedindo proteção a regimes absolutistas.
A tese da fuga deixa de ser especulação e se torna narrativa política consistente — porque, do ponto de vista dos fatos e dos movimentos, Eduardo Bolsonaro age exatamente como quem está fugindo.

É ……
Nem tudo pode