Em discurso no Plenário, Cleitinho aponta “omissão” da PGR nos ataques de 8 de janeiro e convoca direita a se unir em torno de Bolsonaro

Durante pronunciamento nesta terça-feira (11), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) fez duras críticas à atual direção da Procuradoria‑Geral da República (PGR) e afirmou que votará contra a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República. Ele justificou sua posição alegando que a PGR tem sido “omissa” diante dos desdobramentos dos atos de 8 de janeiro e da perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar.

Cleitinho disse que a direita precisa superar “brigas internas” e se unir em torno de Bolsonaro, criticando que “quem está vendo de camarote e rindo é o inimigo”. Ele destacou que a prioridade do momento não são disputas eleitorais, mas “defender a honra de Bolsonaro dessa covardia de julgamento”.

A acusação específica

O senador mineiro afirmou textualmente que votará contra Gonet:

“Eu vou votar contra ele. Estou fazendo campanha contra ele, por mais que ele tenha poder para me julgar, para me condenar por eu ter falado a verdade.”
Segundo sua fala, a recondução de Gonet significaria dar continuidade a uma gestão que, em sua visão, falhou em investigar de forma adequada os episódios do último golpe institucional.

Por que isso importa

  • A posição pública de Cleitinho evidencia a tensão entre o núcleo bolsonarista e a PGR — o que esbarra diretamente na estrutura institucional do Estado Democrático de Direito.
  • No campo progressista, a afirmação de que uma autoridade como o procurador-geral estaria sendo punido por agir demonstra o risco de enfraquecimento da independência institucional.
  • A movimentação antecipa o clima político de 2026, mostrando que os aliados de Bolsonaro buscam consolidar bases e disputar narrativa, mesmo enquanto o ex-presidente enfrenta processos e punições.

Consequências políticas

Caso Cleitinho consiga adesão de outros senadores ao seu voto contrário, pode haver impacto no placar da CCJ ou do Plenário que votará a recondução de Gonet. A alternativa de rejeição abriria crise institucional e política — levantando suspeitas de retaliação ou enfraquecimento do Ministério Público Federal.
Para Bolsonaro, o apoio explícito de senadores como Cleitinho fortalece sua base eleitoral residual e sinaliza que, mesmo preso, segue influente — o que representa risco para a estabilidade democrática.

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