Campeonato de cortes para Tarcísio de Freitas: entenda a tática de apoio fabricado
Operação orquestrada de “apoio” à candidatura de Tarcísio mobiliza redes, paga influenciadores e manipula algoritmos para simular base popular

Uma operação de mídia orquestrada e paga, batizada internamente como “campeonato de cortes”, está sendo empregada para impulsionar a candidatura de Tarcísio de Freitas, segundo reportagem da Revista Fórum. O objetivo: montar a aparência de apoio espontâneo nas redes sociais e nos algoritmos, enquanto a base real se mostra frágil.
Fontes ouvidas pela reportagem indicam que influenciadores digitais vêm sendo contratados para produzir cortes de vídeo curtos, com elogios ao candidato, promovidos artificialmente para viralizar. Há ainda pagamento direto a “vencedores” que gerarem o maior engajamento — “alguns ganharam R$ 50 mil”, segundo publicação.
Como funciona a tática
O esquema opera em três etapas típicas:
- Produção de conteúdo coordenado: vídeos com frases de efeito e cenários favoráveis, postados em massa por micro-influenciadores.
- Pagamentos por desempenho: aqueles que alcançam mais engajamento recebem valores adicionais — o “campeonato de cortes” nomeia quem captura mais interações.
- Amplificação via algoritmo: o conteúdo é impulsionado artificialmente para criar a ilusão de que há um espontâneo crescimento de apoio ao candidato, enquanto nas praças reais a aceitação permanece baixa.
Por que isso é grave
Para nós, que lutamos pela justiça social e pela transparência democrática, essas práticas colocam em risco o processo eleitoral legítimo:
- Simulam uma vontade popular que pode não existir de fato — distorcem a representação e a liberdade de opinião.
- A manipulação algorítmica favorece candidatos que dominam recursos tecnológicos, contribuindo para desigualdades no ambiente digital de campanha.
- Reduzem a rua, o debate real e as bases organizadas, substituindo-os por espetáculo e influenciadores pagos.
Implicações para a candidatura de Tarcísio
- A tática revela que o candidato sente a fragilidade de sua estrutura real e tenta compensar com “base fantasma”.
- Se desmascarado ou não devidamente fiscalizado, o esquema pode gerar boicote popular e debilitar a credibilidade antes mesmo da disputa começar.
- Em contrapartida, o campo progressista tem a oportunidade de pautar esse método como símbolo do que está sendo “vassalocrático” na nova direita brasileira — apoio fabricado e comandado, não genuíno nem democrático.
O que fazer agora?
- A sociedade e os órgãos eleitorais devem monitorar de perto essas campanhas pagas por influência, exigir transparência de gasto e rastreio de impulsionamento.
- A esquerda e os movimentos populares precisam reforçar mobilizações reais — rua, associações, organização de base — para contrapor a lógica virtual-controlada.
- E nós, cidadãos conscientes, devemos interpretar além das curtidas: questionar quem está por trás dos vídeos, dos “cortes” e dos impulsos que brotam do zero em pouco tempo.
Fonte: Revista Fórum
