Em vídeo divulgado dos EUA, deputado acusa liderança catarinense de rebelar-se, impõe candidatura de Carlos Bolsonaro e expõe divisão estratégica na base bolsonarista

Em um vídeo que circulou nas redes sociais nesta segunda-feira, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reafirmou publicamente a candidatura de seu irmão Carlos Bolsonaro (PL-RJ) ao Senado em Santa Catarina e categorizou como “derrota” qualquer recuo. A declaração agravou a crise já aberta no PL estadual, conforme reportagem da Gazeta SBS. Jornal A Gazeta

Eduardo argumentou que o recuo de Carlos seria interpretado como derrota para a figura do ex-presidente Jair Bolsonaro e advertiu que “se em 27 estados do Brasil tivermos o mesmo problema que estamos tendo agora em Santa Catarina, isso não vai ser interessante”. Jornal A Gazeta+1 Ele ainda acusou a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) de “convidar todo mundo a se rebelar” por questionar a candidatura do irmão, reforçando o tom de imposição partidária frente a lideranças regionais. Gazeta do Povo+1

Crise aberta no âmbito estadual

A pré-candidatura de Carlos Bolsonaro ignora, segundo críticos dentro do partido, acordos previamente firmados em Santa Catarina entre o PL e o Progressistas (PP) — que reservavam a vaga ao Senado ao PL para a deputada Caroline de Toni. Conforme a reportagem da CNN Brasil, a movimentação gerou investidas de lideranças que se sentem desrespeitadas e questionam a autonomia local da legenda. CNN Brasil

O clima dentro do PL-SC já se manifestou publicamente: na sexta-feira passada, numa live com Ana Campagnolo e a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), Campagnolo abandonou a transmissão ao vivo após o senador Jorge Seif entrar na sala. Segundo ela, “não participo de nada com este cidadão”. O episódio reforça o grau de fenda. Jornal A Gazeta

Riscos eleitorais e estratégicos

A imposição da candidatura de Carlos Bolsonaro surge em momento-chave para o bolsonarismo, que busca reestruturar-se para as eleições de 2026. No entanto, a estratégia pode produzir efeito contrário:

  • Enfraquecer alianças regionais essenciais para uma articulação eleitoral nacional, especialmente em estados onde o PL depende de coalizões amplas.
  • Gerar saída de lideranças que se sintam preteridas, comprometendo a capilaridade política do bloco.
  • Expor a lógica de comando centralizado do núcleo Bolsonaro, reforçando crítica de que o projeto se baseia mais em familiares e laços pessoais do que em força partidária e política local.

Conclusão

A intervenção de Eduardo Bolsonaro no pleito em Santa Catarina coloca ainda mais em evidência o modelo de controle familiar do PL — e revela que, mesmo no interior do partido, a autonomia regional está sendo esmagada por articulações nacionais. A crise no estado é um micro-espelho da tensão que percorre o bolsonarismo: entre desejo de poder e estrutura democrática interna.

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