Ex-ministro de Bolsonaro que mudou de nome será monitorado com tornozeleira em investigação bilionária do INSS
Ação da Polícia Federal atinge o ex-ministro José Carlos Oliveira, que trocou para Ahmed Mohamad, no âmbito da operação que investiga fraudes e revela nova frente da crise vassalocrata.

O ex-ministro da Previdência do governo Jair Bolsonaro, José Carlos Oliveira — que adotou o nome civil de Ahmed Mohamad Oliveira Andrade — se tornou alvo da Polícia Federal nesta quinta-feira (13/11/2025) e foi determinado que usará tornozeleira eletrônica como medida cautelar no curso da investigação da “Operação Sem Desconto”. Essa fase da operação apura esquema de fraudes em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) envolvendo descontos indevidos.
As investigações apontam que a rede criminosa movimentou recursos em benefício de operadores internos e externos ao órgão, com prejuízo bilionário estimado entre 2019 e 2024.
O que se sabe
- José Carlos Oliveira foi ministro da Previdência Social e trocou oficialmente o seu nome para Ahmed Mohamad Oliveira Andrade — uma troca que gera questionamentos sobre sua transparência.
- Ele não foi preso de imediato, mas o uso da tornozeleira eletrônica mostra que a Justiça entendeu haver risco de comportamento incompatível com o processo livre.
- A operação abrangeu mais de 60 mandados de busca e apreensão em pelo menos 15 estados e no Distrito Federal, e também incluiu a prisão de outros alvos ligados à conafer, fraudes e estrutura de descontos indevidos no INSS.
Por que isso importa
- O fato de um ex-ministro participar de investigação dessa magnitude é sintoma claro de que as elites políticas continuam vulneráveis — ou cúmplices — de esquemas que leiloam a máquina pública.
- A troca de nome do ex-ministro e a conexão direta com esquemas de fraudes expõem a falta de transparência e o desprezo pelas normas de gestão pública.
- Para nós, que defendemos justiça social e igualdade, é fundamental que tais investigações levem à responsabilização — não apenas ao espetáculo — e que a estrutura do INSS — vital para a segurança social da população — seja protegida, não saqueada.
Conclusão
Este episódio reafirma que o combate à corrupção e à captura do Estado não pode ser fragmentado. Quando o governo deixa chegar ao topo operadores assim, o país perde — e quem paga são as aposentadorias, quem perde acesso aos serviços, quem vê seu presente consumido por privilégios de poucos.
Agora, a sociedade precisa acompanhar: a tornozeleira é apenas símbolo. Que venha a investigação completa, o julgamento eficaz, e que a máquina pública seja reconstruída para servir a todos e não a grupos vassalocratas.
